PALEONTOLOGIA
DE MAMÍFEROS
Introdução:
A paleomastozoologia é a divisão da paleontologia que estuda os mamíferos. Os
primeiros mamíferos apareceram pela primeira vez no registro fóssil no
Triássico, mas isso representa o produto de linhagens reptilianas (Sauropsida e
Synapsida) que se estende ao passado, no Carbonífero. A história dos mamíferos
é marcada por duas etapas: i) “Etapa Mesozoica”, com menor diversidade e
presença de formas pequenas, insetívoras e de hábitos noturnos; ii) “Etapa
Cenozoica” (Paleoceno - Eoceno) onde ocorreu uma notável irradiação de suas
linhagens, ficando conhecida como “idade dos mamíferos”.
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Diagnose
do táxon: A sinapomorfia que tradicionalmente define os
mamíferos é a articulação craniomandibular em forma de côndilo, formada pelos
ossos dentários e escamosal. No entanto o grupo apresenta outras
características que os distinguem dos demais grupos como a presença de glândulas
mamárias, que produzem leite do qual se alimentam as crias (característica que
dá nome ao grupo), outras glândulas como sudoríparas e sebáceas, pelos em pelo
menos uma fase da vida e outras estruturas anexas (cornos, chifres, garras,
unhas, etc.). O sucesso adaptativo do grupo muito se deve ao fato de serem endotérmicos.
Classificação:
A maioria dos mamíferos é placentários
(Placentalia = Eutheria) no qual o desenvolvimento do embrião se dá
completamente no interior do útero da mãe, sendo o intercâmbio entre a mãe e o
feto realizado via placenta. Nos marsupiais
(Metatheria) o desenvolvimento se completa em uma bolsa externa formada por uma
dobra da pele chamada marsúpio ou bolsa marsupial. Correspondendo a um estágio
mais primitivo temos os monotremados
(Prototheria) que são mamíferos ovíparos, ou seja, colocam ovos. Uma vez que a
classificação dos mamíferos é extensa e um pouco complexa para ser discutida
nesse espaço, levaremos em consideração esta divisão mais simples e didática
que acabamos de explicar.
Ocorrências
paleontológicas: As principais características
diagnósticas para os mamíferos fósseis encontram-se na morfologia e estrutura
do crânio, dentes e extremidades. Quase todos os grupos de mamíferos apresenta
registro fóssil, inclusive na Bahia e no Brasil.
Os inúmeros registros
e cada vez mais constantes de fósseis encontrados não somente no mundo inteiro
como também no nordeste e também na Bahia.
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O trabalho
de pesquisadores é intenso e incessante, o na maioria das vezes se traduz em
verdadeiros achados de várias Eras Paleológicas.
No Brasil temos
várias ocorrências de fósseis encontrados,como por exemplo,Preguiça Gigantes
encontrada no interior da Bahia onde o pesquisador Cartelle, Chagas e seus
colegas estão tirando do Poço Azul, como é conhecido o sítio do município de
Nova Redenção, um verdadeiro zoológico brasileiro da Era do Gelo. São quatro
espécies só de preguiças gigantes --duas das quais devem ganhar novas
denominações científicas graças aos fósseis da gruta, afirmam os pesquisadores.
Em
Itapipoca (Ceará),
um morador da localidade de Sítio Santa Rita, distante cerca de 30km da sede
deste Município, encontrou em meio a escavações fragmentos de ossos de um
mastodonte, animal pré-histórico, que faz parte da Ordem dos Proboscídeos, um
grupo de animais com trombas, habitante daquela região, entre 8 mil e 30 mil
anos atrás.
Ainda em 22 de agosto de 2008, um antigo poço
de piche, exposto quanto funcionários de uma petrolífera venezuelana instalava
um oleoduto, revelou uma grande variedade de fósseis, incluindo um tipo de
tigre dentes-de-sabre que paleontólogos dizem nunca antes ter sido encontrado
na América do Sul.
Os fósseis têm 1,8 milhão de anos e incluem crânios
e maxilares de seis tigres dentes-de-cimitarra - uma variedade do tigre
dentes-de-sabre com caninos menores e, mais finos que das outras espécies.
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E
em 09/08/2002, cientistas acham 45 fósseis de tigres
dentes-de-sabre na Espanha, em Torrejon de Velasco (Espanha). O paleontólogo espanhol Jorge Morales
descobriu os restos fósseis de cerca de 45 tigres dentes-de-sabre, com diversos
crânios intactos, em uma encosta árida a 30 km da capital espanhola.
Os restos devem ter entre 9 milhões e 10 milhões
de idade. O mais antigo fóssil conhecido de um humanóide, encontrado no Chade
no mês passado, tem entre 6 milhões e 7 milhões de anos.
Distribuição
Estratigráfica: Os primeiros mamíferos foram
encontrados no Triássico superior, porém no Brasil o fóssil mais antigo de um
mamífero datado do Cretáceo Superior na Formação Adamantina, Bacia do Paraná. O
registro cenoizoico de mamíferos é muito incompleto.
Fósseis paleógenos provém
apenas de duas localidades, na região norte brasileira, de idade miocênica e pleocênica.
Os pleistocênicos são muitos abundantes e encontrados em quase todos os estados
brasileiros e todos estes fósseis provem da Bacia de São José de Itaboraí (Paleoceno
Superior), no estado de Rio de Janeiro e da Bacia de Taubaté (Oligoceno
superior) em São Paulo.
Mesmo de pequeno porte,
A Bacia de Itaboraí, milhares de fósseis em excelente estado de preservação
foram encontrados e coletados. Essa bacia é o mais antigo registro brasileiro
do inicio da irradiação dos mamíferos, ocorrida após a extinção dos
dinossauros.
Fósseis pleistocênicos
são encontrados por quase todo o Brasil, onde na região nordeste é mais frequente,
pois os depósitos são mais comuns em tanques, cacimbas e cavernas calcárias. Muito
comuns na Bahia e Minas Gerais, onde foi possível coletar esqueletos completos
em ótimo estado de conservação.
Paleobiogeografia: Acredita-se que
as ordens atuais de marsupiais australianos evoluíram de um ancestral que
dispersou a partir da América do Sul, via Antártica, provavelmente durante o
Cretáceo superior ou Paleoceno inferior e essas ordens divergiram antes do Oligoceno
Supeior.
Para os pesquisadores,
outra teoria seria derivada no estudo baseado nos mais antigos fósseis de
Australidelphia,encontrados na Austrália.Os autores argumentam que marsupiais atribuídos
á Australidelphia encontrados nos estratos paleocênicos sul – americanos de
Tiupampa (Bolívia) e Itaboraí ( Brasil),estão equivocadamente
identificados.Dessa forma o registro inequívoco mais antigo do grupo na América do Sul seria microbiotherium
Tehuelchum do Mioceno inferior da fauna de Santa Cruz na Argentina.Portanto é
sugerido que a presença de microbiotérios na América do Sul seria o resultado
de dispersão desse grupo a partir da Gondwana Leste.
http://marcinhorls.blogspot.com.br/2011/02/evolucao-e-arqueologia-8ano-mamute.html |
Aplicações:
A morfologia de dentes e esqueletos pós-cambriano, os mamíferos podem ser bons
indicadores paleoambientais,sugerindo a existência pretérita de campos
abertos,savanas ou cerrados e florestas,assim como de maior ou menor quantidades
de corpos d’água.Cavalos e macrauquenídeos,por exemplo necessitam campos
abertos,adequados para o desenvolvimento de velocidade da corrida.
Grandes edentados como
preguiças e gliptodontes, na região amazônica revelou que ,há alguns milhares
de anos aquela região era coberta por savanas.
As marcas provocadas
pelo desgaste dos dentes de mamíferos auxilia na identificação do paleoambiente
passado. Mais uma vez a Bacia do Itaboraí é tida como exemplo, pois foi datada
como Paleoceno superior por correlação com os mamíferos argentinos.
Por Ariela e Lívia
CARVALHO,
I. S. Paleontologia - 3ª edição -
volume 3, Interciência. 2011.