quarta-feira, 5 de setembro de 2012


 Monumento Natural das Árvores Fossilizadas



Acervo Naturatins

Fósseis da Fazenda Andradina
Marissônia Lopes

Inscrições Rupestres
Marissônia Lopes



Floresta Petrificada do Tocantins Setentrional

" O mais exuberante e importante registro florístico tropical-subtropical permiano no Hemisfério Sul "
  
Há alguns milhões de anos o Tocantins abrigou uma floresta que hoje é considerada o maior Monumento Natural fossilizado do mundo. Localizado na região norte do Estado, no município de Filadélfia, distante 330 km da Capital, o Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Tocantins abrange uma área de 32 mil hectares no cerrado tocantinense.

Lei e data de criação: Lei nº 1.179 de 04 de outubro de 2000
Área: 32.152,00ha
Município: Filadélfia/TO
Objetivo: Proteger e conservar as diversidades biológicas e paleontológicas existentes no local.

Geografia: O Monumento Natural das Árvores Fossilizadas está situado no município de Filadélfia, esta Unidade de Conservação de uso integral possui 31.758 hectares. Foi criado pela Lei Estadual nº 1.179, de outubro de 2000, com o objetivo de preservar o patrimônio fossilífero presente na área. É uma UC de caráter especial pelo fato de ser uma Unidade de Proteção Integral e ter como objetivo básico a preservação de lugares singulares, raros e de grande beleza da paisagem (SNUC, Art. 12). Mesmo assim, é permitido o suo controlado em suas áreas, e mesmo da permanência de propriedades particulares em seu interior desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais.

Geologia: O Monumento Natural das Árvores Fossilizadas tem este nome em função da existência de sítios paleontológicos e arqueológicos onde são encontrados os fósseis de árvores como pteridófitas, esfenófitas, coníferas e cicadácias. Ele é também conhecido como Parque das Árvores Petrificadas, cujos fósseis são chamados de Pedras de Pau pela comunidade local.

As rochas do Monumento e de seus arredores são portadoras de notável e abundante material fossilífero, essencialmente, representado por restos de plantas ainda pobremente estudados. Tais fósseis constituem uma peça-chave do patrimônio científico mundial, tendo enorme importância para estudiosos que investigam florestas, o clima e a ecologia planetária do período Permiano.

Entre os elementos paleobotãnicos do Monumento, destacam-se samambaias arborescentes. Estas, no Neopaleozóico, distribuíram-se largamente pela Terra em meio às comunidades de plantas higrófilas de terras baixas, exibindo uma notável diversidade de padrões morfológicos, anatômicos, ecológicos e de crescimento.

Os vegetais fósseis são encontrados em afloramentos que distribuem como “manchas” descontínuas pela área. Estão associados, quando “in situ”, a arenitos e lamitos da Formação Motuca. Todavia, na forma alóctone, freqüentemente estão misturados a fragmentos de silexitos da Formação Pedra de Fogo. Isto se dá em áreas altas, que marcam a transição Pedra de Fogo Motuca, ou é verificado em encostas, ravinas e riachos.

O alto índice de samambaias indica que a região central do Tocantins era uma planície costeira com um farto sistema hídrico durante o período Permiano. O clima era tropical, mas apenas com um estudo de campo mais detalhado será possível concluir se o ambiente era amazônico ou parecido com o Cerrado. Pode parecer que pouco mudou por ali nos últimos milhões de anos, mas os chapadões indicam o contrário. Eles surgiram depois das árvores fossilizadas e seriam dunas de deserto que se transformaram em rochas. Mais um sinal do valor histórico do parque.

O patrimônio fossilífero do Monumento representa um imenso valor científico e cultural que extrapola os interesses nacionais

Segundo o paleobotânico Roberto Iannuzzi, do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na região tocantinense de Filadélfia existiam também fósseis de vegetais primos das coníferas (Cordaitales) e de cavalinhas (Equisetales), mas esse material foi vendido para cientistas alemães, que publicaram estudos na revista científica Review of Paleobotany and Palynology. Na Alemanha o comércio de fósseis é legal, e os pesquisadores teriam comprado as peças de contrabandistas.

PRESERVAÇÃO: A preservação dos vegetais deu-se por conta de um processo de permineralização celular por sílica.

A infiltração e impregnação de sílica nas células e nos espaços intercelulares formou uma matriz inorgânica que sustentou os tecidos das plantas, preservando-os. A silificação das plantas deu-se sob temperaturas relativamente baixas, abiaxo de 200ºC (Martins, 2000). Ainda de acordo com este autor, a sílica é praticamente pura. A origem do agente da permineralização silicosa ainda permanece obscura. As rochas do Monumento e de seus arredores são portadoras de notável e abundante material fossilífero, essencialmente representado por restos de plantas ainda pobremente estudados. Tais fósseis constituem uma peça-chave do patrimônio científico mundial, tendo enorme importância para estudiosos que investigam florestas. O clima e a ecologia planetária do permiano.

Grande parte do material é de fósseis de samambaias do gênero Psaronius, que não existe mais. As samambaias pré-históricas eram árvores gigantes, chegavam a ter 10 metros de altura. Algumas de suas folhas ficaram impressas nas rochas da região. Os fósseis foram preservados graças à presença de sílica no ambiente, que infiltrou dentro das plantas e conservou seus formatos. A fossilização bem feita permite observar os grãos de pólen, os tecidos e a estrutura interna dos organismos. O fenômeno de fossilização é raro. Acredita-se que menos de 1% de todas as espécies que já existiram na Terra foram fossilizadas.

Em razão da excepcional preservação das plantas fósseis e de sua natureza como depósito autóctone a parautóctone, a Floresta Petrificada do Tocantins Setentrional possibilita investigações em várias dimensões: anatomia (plantas quase completas), taxonomia, tafonomia, biocronoestratigrafia, paleoecologia, paleofitogeografia, estratigrafia, paleoclimatologia e sedimentologia. Resultados destes estudos interessam diretamente aos estudos geológicos e paleobotânicos, em escalas local, regional e global.


Fonte: Governo do Tocantins - Disponível em <http://areasprotegidas.to.gov.br/conteudo.php?id=41>

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