sexta-feira, 7 de setembro de 2012


PALEONTOLOGIA DE MAMÍFEROS



Introdução: A paleomastozoologia é a divisão da paleontologia que estuda os mamíferos. Os primeiros mamíferos apareceram pela primeira vez no registro fóssil no Triássico, mas isso representa o produto de linhagens reptilianas (Sauropsida e Synapsida) que se estende ao passado, no Carbonífero. A história dos mamíferos é marcada por duas etapas: i) “Etapa Mesozoica”, com menor diversidade e presença de formas pequenas, insetívoras e de hábitos noturnos; ii) “Etapa Cenozoica” (Paleoceno - Eoceno) onde ocorreu uma notável irradiação de suas linhagens, ficando conhecida como “idade dos mamíferos”.
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Diagnose do táxon: A sinapomorfia que tradicionalmente define os mamíferos é a articulação craniomandibular em forma de côndilo, formada pelos ossos dentários e escamosal. No entanto o grupo apresenta outras características que os distinguem dos demais grupos como a presença de glândulas mamárias, que produzem leite do qual se alimentam as crias (característica que dá nome ao grupo), outras glândulas como sudoríparas e sebáceas, pelos em pelo menos uma fase da vida e outras estruturas anexas (cornos, chifres, garras, unhas, etc.). O sucesso adaptativo do grupo muito se deve ao fato de serem endotérmicos.


Classificação: A maioria dos mamíferos é placentários (Placentalia = Eutheria) no qual o desenvolvimento do embrião se dá completamente no interior do útero da mãe, sendo o intercâmbio entre a mãe e o feto realizado via placenta. Nos marsupiais (Metatheria) o desenvolvimento se completa em uma bolsa externa formada por uma dobra da pele chamada marsúpio ou bolsa marsupial. Correspondendo a um estágio mais primitivo temos os monotremados (Prototheria) que são mamíferos ovíparos, ou seja, colocam ovos. Uma vez que a classificação dos mamíferos é extensa e um pouco complexa para ser discutida nesse espaço, levaremos em consideração esta divisão mais simples e didática que acabamos de explicar.


Ocorrências paleontológicas: As principais características diagnósticas para os mamíferos fósseis encontram-se na morfologia e estrutura do crânio, dentes e extremidades. Quase todos os grupos de mamíferos apresenta registro fóssil, inclusive na Bahia e no Brasil.
Os inúmeros registros e cada vez mais constantes de fósseis encontrados não somente no mundo inteiro como também no nordeste e também na Bahia.


http://gilbertocarlos-cinema.blogspot.com.br/2011/08/era-do-gelo-3.html
O trabalho de pesquisadores é intenso e incessante, o na maioria das vezes se traduz em verdadeiros achados de várias Eras Paleológicas.
No Brasil temos várias ocorrências de fósseis encontrados,como por exemplo,Preguiça Gigantes encontrada no interior da Bahia onde o pesquisador Cartelle, Chagas e seus colegas estão tirando do Poço Azul, como é conhecido o sítio do município de Nova Redenção, um verdadeiro zoológico brasileiro da Era do Gelo. São quatro espécies só de preguiças gigantes --duas das quais devem ganhar novas denominações científicas graças aos fósseis da gruta, afirmam os pesquisadores.
Em Itapipoca (Ceará), um morador da localidade de Sítio Santa Rita, distante cerca de 30km da sede deste Município, encontrou em meio a escavações fragmentos de ossos de um mastodonte, animal pré-histórico, que faz parte da Ordem dos Proboscídeos, um grupo de animais com trombas, habitante daquela região, entre 8 mil e 30 mil anos atrás.
Ainda em 22 de agosto de 2008, um antigo poço de piche, exposto quanto funcionários de uma petrolífera venezuelana instalava um oleoduto, revelou uma grande variedade de fósseis, incluindo um tipo de tigre dentes-de-sabre que paleontólogos dizem nunca antes ter sido encontrado na América do Sul. 
Os fósseis têm 1,8 milhão de anos e incluem crânios e maxilares de seis tigres dentes-de-cimitarra - uma variedade do tigre dentes-de-sabre com caninos menores e, mais finos que das outras espécies.
http://www.sitedecuriosidades.com/im/g/B9668.jpg

E em 09/08/2002, cientistas acham 45 fósseis de tigres dentes-de-sabre na Espanha, em Torrejon de Velasco (Espanha). O paleontólogo espanhol Jorge Morales descobriu os restos fósseis de cerca de 45 tigres dentes-de-sabre, com diversos crânios intactos, em uma encosta árida a 30 km da capital espanhola.

Os restos devem ter entre 9 milhões e 10 milhões de idade. O mais antigo fóssil conhecido de um humanóide, encontrado no Chade no mês passado, tem entre 6 milhões e 7 milhões de anos.


Distribuição Estratigráfica: Os primeiros mamíferos foram encontrados no Triássico superior, porém no Brasil o fóssil mais antigo de um mamífero datado do Cretáceo Superior na Formação Adamantina, Bacia do Paraná. O registro cenoizoico de mamíferos é muito incompleto.
Fósseis paleógenos provém apenas de duas localidades, na região norte brasileira, de idade miocênica e pleocênica. Os pleistocênicos são muitos abundantes e encontrados em quase todos os estados brasileiros e todos estes fósseis provem da Bacia de São José de Itaboraí (Paleoceno Superior), no estado de Rio de Janeiro e da Bacia de Taubaté (Oligoceno superior) em São Paulo.
Mesmo de pequeno porte, A Bacia de Itaboraí, milhares de fósseis em excelente estado de preservação foram encontrados e coletados. Essa bacia é o mais antigo registro brasileiro do inicio da irradiação dos mamíferos, ocorrida após a extinção dos dinossauros.
Fósseis pleistocênicos são encontrados por quase todo o Brasil, onde na região nordeste é mais frequente, pois os depósitos são mais comuns em tanques, cacimbas e cavernas calcárias. Muito comuns na Bahia e Minas Gerais, onde foi possível coletar esqueletos completos em ótimo estado de conservação.

Paleobiogeografia: Acredita-se que as ordens atuais de marsupiais australianos evoluíram de um ancestral que dispersou a partir da América do Sul, via Antártica, provavelmente durante o Cretáceo superior ou Paleoceno inferior e essas ordens divergiram antes do Oligoceno Supeior.
Para os pesquisadores, outra teoria seria derivada no estudo baseado nos mais antigos fósseis de Australidelphia,encontrados na Austrália.Os autores argumentam que marsupiais atribuídos á Australidelphia encontrados nos estratos paleocênicos sul – americanos de Tiupampa (Bolívia) e Itaboraí ( Brasil),estão equivocadamente identificados.Dessa forma o registro inequívoco mais antigo  do grupo na América do Sul seria microbiotherium Tehuelchum do Mioceno inferior da fauna de Santa Cruz na Argentina.Portanto é sugerido que a presença de microbiotérios na América do Sul seria o resultado de dispersão desse grupo a partir da Gondwana Leste.

http://marcinhorls.blogspot.com.br/2011/02/evolucao-e-arqueologia-8ano-mamute.html

  Aplicações: A morfologia de dentes e esqueletos pós-cambriano, os mamíferos podem ser bons indicadores paleoambientais,sugerindo a existência pretérita de campos abertos,savanas ou cerrados e florestas,assim como de maior ou menor quantidades de corpos d’água.Cavalos e macrauquenídeos,por exemplo necessitam campos abertos,adequados para o desenvolvimento de velocidade da corrida.
Grandes edentados como preguiças e gliptodontes, na região amazônica revelou que ,há alguns milhares de anos aquela região era coberta por savanas.
As marcas provocadas pelo desgaste dos dentes de mamíferos auxilia na identificação do paleoambiente passado. Mais uma vez a Bacia do Itaboraí é tida como exemplo, pois foi datada como Paleoceno superior por correlação com os mamíferos argentinos.



Por Ariela e Lívia


REFERÊNCIA:

CARVALHO, I. S. Paleontologia - 3ª edição - volume 3, Interciência. 2011.














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